TEMPO DE EMBEBEDAR POLÍTICOS
Se há alguma semelhança entre o belo filme iraniano Tempo de embebedar cavalos e certos setores da atual vida política nacional, ela pode ser analisada da seguinte maneira: no filme, aliás uma bela lição de como se faz cinema, desenrolava-se uma história sobre o povo curdo que, perseguido por todos os lados, tentava sobreviver numa região inóspita na fronteira Irã-Iraque, isto na época em que Saddan Hussein mandava e desmandava nesse último país. Na luta pela vida, aquela gente era levada a praticar contrabando entre as duas nações, atividade evidentemente ilegal, mas a única que lhes restava para tentar a sobrevivência.
Nesse expediente, era costume usar animais (na verdade, no filme são mulas), para transportar pesadas cargas pela região montanhosa entre aqueles dois países. Como isso ocorria também durante o rigoroso inverno, para que os muares resistissem ao tempo inclemente davam-lhes água misturada com álcool. Assim estimulados, os animais se tornavam dóceis e conseguiam (nem sempre) carregar seus pesados fardos através de trilhas geladas da fronteira.
No Brasil, também temos nossas mulas. Como as do filme, elas também são embebedadas e facilmente conduzidas por cabrestos manuseados por uma espécie de contrabandista encontrado quando se trata de defender interesses espúrios.
Nossas mulas não bebem água com álcool. A elas são dadas dinheiro ou cargos remunerados com o dinheiro público para que possam atender interesses mesquinhos. Uma vez satisfeitas suas necessidades básicas, tornam-se facilmente manipuláveis e pegam o rumo que seus condutores desejam.
Generalizar é perigoso e até injusto. No mundo da política ou ao seu redor ainda existem aqueles que honram suas obrigações e respeitam a vontade do cidadão comum, nem por isso menor. Infelizmente, uma parte considerável daqueles que freqüentam a esfera do poder vende seu lombo pronto para a carga por qualquer trocado ainda que para isso tenham de reverter uma posição assumida anteriormente.
É até aí que vai a semelhança das mulas da fronteira com os homens públicos de consciência negociável. Daí para a frente não dá mesmo para se fazer comparações, já que as mulas do filme, à sua maneira, têm uma certa dignidade.
Nesse expediente, era costume usar animais (na verdade, no filme são mulas), para transportar pesadas cargas pela região montanhosa entre aqueles dois países. Como isso ocorria também durante o rigoroso inverno, para que os muares resistissem ao tempo inclemente davam-lhes água misturada com álcool. Assim estimulados, os animais se tornavam dóceis e conseguiam (nem sempre) carregar seus pesados fardos através de trilhas geladas da fronteira.
No Brasil, também temos nossas mulas. Como as do filme, elas também são embebedadas e facilmente conduzidas por cabrestos manuseados por uma espécie de contrabandista encontrado quando se trata de defender interesses espúrios.
Nossas mulas não bebem água com álcool. A elas são dadas dinheiro ou cargos remunerados com o dinheiro público para que possam atender interesses mesquinhos. Uma vez satisfeitas suas necessidades básicas, tornam-se facilmente manipuláveis e pegam o rumo que seus condutores desejam.
Generalizar é perigoso e até injusto. No mundo da política ou ao seu redor ainda existem aqueles que honram suas obrigações e respeitam a vontade do cidadão comum, nem por isso menor. Infelizmente, uma parte considerável daqueles que freqüentam a esfera do poder vende seu lombo pronto para a carga por qualquer trocado ainda que para isso tenham de reverter uma posição assumida anteriormente.
É até aí que vai a semelhança das mulas da fronteira com os homens públicos de consciência negociável. Daí para a frente não dá mesmo para se fazer comparações, já que as mulas do filme, à sua maneira, têm uma certa dignidade.
(Este texto foi postado para lembrar a atitude de muitos Deputados Federais que, a exemplo das mulas do filme, venderam seu lombo para obter do Governo Lula, benefícios que este distribuiu para tentar abreviar o fim da CPI dos Correios. A relação dos oportunistas está no Blog do Josias de Souza, da Folha de SãoPaulo, de 11/11).
1 Comentários:
Às 2:24 AM ,
Anônimo disse...
É isso ai, Carlos Bruni.
carmenrochacontos.blog.uol.com.br
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