CAMINHOS DE PAPEL

quarta-feira, setembro 05, 2007

TOSCANINI ENCONTRA JACK BAUER

Vocês já devem ter visto um comercial de TV que vem sendo exibido durante a programação noturna. Nele, o ator Kieffer Sutherland, que interpreta o personagem Jack Bauer numa série televisiva, recentemente visitando o Brasil aproveitou para ganhar uns trocados e gravou um comercial para uma determinada marca de automóvel, onde ele, mais uma bela acompanhante, passeiam num luxuoso veículo da montadora, por uma São Paulo totalmente deserta. No carro, com vidros fechados, é isso que eles imaginam – uma cidade estranhamente vazia. Num determinado momento, ele sai do veículo e cai no mundo real — à sua volta está ocorrendo uma situação de confusão geral, com situações incríveis, quase surreais, de dar medo. Ele entra novamente no carro, fecha a porta e tudo volta a situação anterior: cidade deserta, sem nada nem ninguém por perto para perturbá-los.
Hoje, isso aconteceu comigo. Não riam, é sério. Estava eu no meu carrinho, vidros fechados – obviamente, pois sempre há o risco um assalto – quando o rádio, sintonizado na Cultura FM, começou a tocar Rhapsody in blue, de Gershwin.
Então, o deleite. Quem a executava era a Orquestra Sinfônica da NBC, regida por Arturo Toscanini, em 1947 (ou 49, agora me escapa a data exata), com solo de clarineta de – vejam só - Benny Goodman. De repente, em meu modesto Fiesta, senti a cidade em volta deixar de existir. Era música dos deuses premiando pobres mortais que lutam pela sobrevivência no caos urbano. Por um momento senti-me como Jack Bauer.
“It’s fine”, como diz nosso herói naquele comercial. E foi mesmo.

2 Comentários:

  • Às 2:15 PM , Blogger Mary Joe disse...

    Acho que mesmo naõ sendo Jack Bauer, sei exatamente qual é essa sensação. E confesso que é a melhor maneira de começar um dia de trabalho. Fico bem o dia todo, se me permito esquecer do mundo lá fora, ouvindo uma boa música.
    Valeu Carlos.

     
  • Às 12:18 PM , Blogger . fina flor . disse...

    hum, que bom que voltou, aquele espaço era escuro, as letras miúdas, rsrsr*........

    beijos, querido

    MM.

    ps: não vi o comercial, mas conheço bem a sensação ;o)

     

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