OUTRO TIRO NA CULTURA
Lutamos para quê? Ainda estão em minha memória os fatos que levaram à criação da Oficina Cultural Raul Seixas, no começo dos anos 90. Capitaneados pelo saudoso Cleber Onias Guimarães, então presidente do Conselho Comunitário do Tatuapé, a comunidade se mobilizou para conseguir a criação da Oficina. Não foi fácil, pois o governo estadual que começava naquela época, criava diversas oficinas, porém colocava de lado o Tatuapé e vasta região circunvizinha.
Muitas reuniões aconteceram, líderes comunitários abraçaram a luta e quase dez mil assinaturas fizeram o governo ver que estava deixando de cobrir uma lacuna na região e a oficina foi criada.
Posteriormente, quando a troca de comando no Palácio dos Bandeirantes, quatro anos depois, levou à medidas assim ditas como corte de despesas, a cultura sofreu novos golpes. Entre eles, o do anunciado fechamento da Oficina Raul Seixas. Mais uma vez a comunidade e a população em geral sairam às ruas, acontecendo até mesmo uma passeata na av. Paulista, em protesto contra tais atos cujo alcance não era apenas regional, mas em todo o estado. De novo, acompanhamos Cleber Onias à porta da sala do Secretário da Cultura e, finalmente, foi conseguido que se fosse mantida a oficina do bairro.
Os tempos mudaram, mas os políticos não. Chega-nos agora a notícia de que a Oficina Cultural Raul Seixas pode ser fechada e mais uma vez, sob a alegação de falta de verbas. São tantos os acontecimentos que depõem contra os poderosos de plantão, que já devíamos estar acostumados.
Mas não é bem assim. Assistimos recentemente à extinção da Orquestra Sinfonia Cultura. Prima pobre da OSESP, não teve a sorte desta para alcançar o destino que merecia, ainda que mais modesto pudesse ser. De pouco adiantaram os movimentos por sua renovação; o pouco oxigênio que ganhou com o apoio do SESC, deu-lhe uma sobrevida que se extinguiu neste meio de ano. A grita geral não demoveu os demolidores da cultura que agora nos presenteiam com mais essa má notícia.
Lutamos para quê, então? Os impostos que pagamos não retornam à população como seria de seu direito. Há, talvez, prioridades na aplicação de recursos. O problema, e agora generalizando para o resto do país, é que o dinheiro existe, mas está escorrendo para caminhos pará lá de estranhos e até sendo escondido (desculpem a grosseria) em cuecas.
Vamos, então, lutar novamente. Não podemos assistir de braços cruzados o desmonte da cultura, como já vem ocorrendo com a saúde, a educação, a segurança pública...
Espero que esta carta não seja a única a clamar contra mais esse absurdo, pois aos poucos estamos sendo apequenados diante da mediocridade que se estabeleceu neste país.
Muitas reuniões aconteceram, líderes comunitários abraçaram a luta e quase dez mil assinaturas fizeram o governo ver que estava deixando de cobrir uma lacuna na região e a oficina foi criada.
Posteriormente, quando a troca de comando no Palácio dos Bandeirantes, quatro anos depois, levou à medidas assim ditas como corte de despesas, a cultura sofreu novos golpes. Entre eles, o do anunciado fechamento da Oficina Raul Seixas. Mais uma vez a comunidade e a população em geral sairam às ruas, acontecendo até mesmo uma passeata na av. Paulista, em protesto contra tais atos cujo alcance não era apenas regional, mas em todo o estado. De novo, acompanhamos Cleber Onias à porta da sala do Secretário da Cultura e, finalmente, foi conseguido que se fosse mantida a oficina do bairro.
Os tempos mudaram, mas os políticos não. Chega-nos agora a notícia de que a Oficina Cultural Raul Seixas pode ser fechada e mais uma vez, sob a alegação de falta de verbas. São tantos os acontecimentos que depõem contra os poderosos de plantão, que já devíamos estar acostumados.
Mas não é bem assim. Assistimos recentemente à extinção da Orquestra Sinfonia Cultura. Prima pobre da OSESP, não teve a sorte desta para alcançar o destino que merecia, ainda que mais modesto pudesse ser. De pouco adiantaram os movimentos por sua renovação; o pouco oxigênio que ganhou com o apoio do SESC, deu-lhe uma sobrevida que se extinguiu neste meio de ano. A grita geral não demoveu os demolidores da cultura que agora nos presenteiam com mais essa má notícia.
Lutamos para quê, então? Os impostos que pagamos não retornam à população como seria de seu direito. Há, talvez, prioridades na aplicação de recursos. O problema, e agora generalizando para o resto do país, é que o dinheiro existe, mas está escorrendo para caminhos pará lá de estranhos e até sendo escondido (desculpem a grosseria) em cuecas.
Vamos, então, lutar novamente. Não podemos assistir de braços cruzados o desmonte da cultura, como já vem ocorrendo com a saúde, a educação, a segurança pública...
Espero que esta carta não seja a única a clamar contra mais esse absurdo, pois aos poucos estamos sendo apequenados diante da mediocridade que se estabeleceu neste país.
(Infrormação: a Oficina Cultural Raul Seixas está localizada no bairro do Tatuapé, cidade de São Paulo, bairro aquele vizinho ao do Belenzinho, onde a unidade do SESC ali existente sediou por mais de cinco anos a Orquestra Sinfonia Cultura).
3 Comentários:
Às 6:26 AM ,
Anônimo disse...
carmenrochacontos@uol.com.br
carmenrochacontos.blog.uol.com.br
Passarei aos meus escritores. Estamos juntos nessa luta pela cultura.
Projeto Cultural Cármen Rocha
Às 6:27 AM ,
Anônimo disse...
carmenrochacontos@uol.com.br
carmenrochacontos.blog.uol.com.br
Passarei aos meus escritores. Estamos juntos nessa luta pela Cultura.
Projeto Cultural Cármen Rocha
Às 9:32 PM ,
Anônimo disse...
Pois é. Que tal aproveitar os eventos literários pra divulgar? Essa oficina é da prefeitura ou do estado? É sempre bom saber. Estamos nessa. Sonia Pereira.
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